segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O Intermediário


Ah! O que de maravilhoso na inocência? A palavra pura? A pura ilusão de está trilhando o caminho certo?. Existem pessoas que têm mania de grandeza, sempre querendo o que não está ao seu alcance.( a quem estou querendo enganar!) A verdade e que as vezes tenho que optar, entre o tudo e o nada, tudo ainda não é possível e, nada como diria um certo agrônomo é muito pouco, eu diria que o nada como opção é está abaixo de todas as estatísticas. Existe o intermediário, um leque de possibilidades. (se for possível escapar das armadilhas da mediocridade). 

Peraltice

-(...) No final do segundo tempo quando Samuel resolveu fazer uma jogada nada profissional, dando um chute na bola tão maluco que a bola foi parar nos fundos de uma casa vizinha, a qual tinha um muro um pouco alto.
            - Samuel, você tem que ir pegar a bola – disse Roberto, com uma objetividade verdadeiramente insuportável.
            - Samuel já ouvia os latidos e ruivos de um cão do outro lado do muro, ele não gostou do que ouviu, mas dentro de 30 segundos estava sobre o muro. Samuel desceu, pegou a bola e, por um instante parou para observar o cachorro, que estava amarrado, era um cão tão mal nutrido e não oferecia medo a ninguém. No quintal alheio Samuel de repente sentiu uma mão pesada sobre seu ombro.
            - Você perdeu alguma coisa aqui? – perguntou um homem, com uma voz familiar e, nada amigável.

            - Não, não, eu só vim pegar a bola que caiu aqui – respondeu Samuel.
            - Espera aí! Eu estou lhe reconhecendo, você foi o garoto que trombou comigo no ônibus quando eu vim pra Salvador. Eu acho que você se deu mal ao subir no meu muro.
            Samuel o reconheceu pela voz mal humorada, mas continuava imóvel. Enquanto isso lá no outro lado do muro, os garotos que esperavam pela bola começaram a estranhar a demora de Samuel, Fernando, Marcelo e Roberto resolveram verificar o que tinha acontecido. Subiram no muro e, depararam-se com uma bola solitária e suja de sangue na frente de uma porta entreaberta. Todos ficaram aflitos, sem saber o que tinha ocorrido, sem pensar duas vezes, pularam o muro, adentraram na casa com bola e tudo como verdadeiros agentes, mas o que viram foi: um homem com aparência atlética, de rosto rude, envolvendo uma pequena faixa de gases própria para curativos, na mão de Samuel.
            - Samuel o que aconteceu? – perguntou Marcelo meio confuso.
- Quando eu subi no muro acabei me cortando em um dos poucos cacos de vidros que ele tem e, o senhor João viu minha mão sangrando...
            - Caramba, você nos deu um baita susto – disse Fernando que já estava aliviado de toda aquela tensão.
            - Melhor que vocês não pulem mais muro nenhum, agora saiam todos pela porta da frente – disse Sr. João com aquela voz mal humorada de sempre(...).