terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Identidade


Queria ter uma ideia que não fosse mais um processo metodológico e efetivamente teórico, que me faz comum a todos os outros indivíduos, não que isso seja ruim, mas acaba me colocando no meio da multidão e, sobressair de um em um milhão é uma tarefa quase impossível. Não estruturo aqui a existência do sentimento certo e determinado, apenas rabisco o esboço prematuro de uma reação emocional qualquer, sem paradigmas, eloquências ou a defesa do status quo de nada. A verdade é que a razão simbólica do estado de espírito é expressa na coerência do que pensa não do que representa.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A música é meu remédio


  Quantas bibliografias poderiam fazer de mim! Dizer que sou sistematicamente previsível é fácil. Talvez seja uma cética que não externa suas verdadeiras emoções. Pretendo usar isso na minha próxima letra. Sou compositora, sou roqueira, falo que amo, mando se ferrar e sou feliz.
  Meu pai é militar minha mãe professora, disciplina nunca me faltou, mas no mundo onde vivo crio minhas regras. Se ontem falei que te amava, entro em contradição, porém não me jugue. Fruto das basbaquices que vir na televisão. Estou tensa e a música é meu remédio.
  Abro meus olhos, olho para o teto, alguém desliga o som ignorado pela minha reflexão e, me chama:
- Oh Fabiana! Fabiana!
- Ooi!
- Deram pause no Cenário Dois!
- Desligue as luzes e diz que Fabiana foi jogar gude na esquina.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A Residência Universitária



Campus Universitário, Bosque das Laranjeiras - Prédio 16. Trata-se da nossa residência, minha e de mais alguns acadêmicos. Como a residência é formada por dois blocos, a princípio um seria para o público feminino e o outro masculino, mas uma vez aqui dentro criamos nossas próprias regras de convivência. Tudo é permitido desde que não incomode os vizinhos e colegas de quarto.

Em meio a agregados e residentes eu ocupo o apto 09, que também era ocupado pela Renata. - De pensar que aqueles louros cacheados já se misturam com minhas traças e dredes, mas Renata mudou de curso, universidade e estado. Dela só resta à saudade.

Quando cheguei à residência me deparei com a diversidade, pessoas com culturas e ideologias distintas permitindo um intercâmbio de experiência praticado no convívio. Ao meu grupo de maior articulação costumo dizer: - me considero uma pessoa convicta de meus ideais e não ligo para o que os outros pensam, dentro de um limite é claro, quando a questão é alcançar um objetivo ignoro as probabilidades e estatísticas desfavoráveis e acredito no meu potencial.

Na semana passada enquanto estava no jardim filosofando com alguns camaradas tidos como intelectuais, espantando algumas muriçocas com um pouco de fumaça de e de outro, Aline chega e me fala: “- É hora de fazemos uma nova reivindicação, não da para estudar, escrever projetos, participar da pesquisa ensino e extensão com comida limitada, somos residentes e não prisioneiros.”

Aline no semestre passado descobriu que estava grávida, o que certamente foi fruto das festas de final de semana promovidas no Bosque das Laranjeiras, se é que podemos chamar de festa um ambiente no qual não gostaria de se deparar com seus pais. - O pessoal aqui sabe como festejar o festejável e curtir o curtível. Resultado é que ela passou um mês em casa e depois voltou e disse que tinha se enganado. Mas isso é vida alheia, o que interessa agora é que ela tem razão, só precisamos nos mobilizar para conseguir um Restaurante Universitário que atenda nossa realidade (...).